quinta-feira, 25 de abril de 2013

A liberdade

Acho que passados alguns anos a ouvir "Olha que hoje é um dia muito importante", "Celebra-se hoje a liberdade", "Foi graças a este dia que as pessoas puderam começar a falar abertamente sobre política e essas coisas", "Antigamente, meu deus, ai de nós se falássemos do governo e das pessoas que lá estavam", "Lembro-me que nesse dia senti uma felicidade muito grande e uma vontade de sorrir fora do normal", aprendi a ter algum respeito por este dia. Este conhecimento foi-me dado, primeiro, pelos meus avós maternos e depois pelos livros de História e por outros que tratei de ler assim que me senti curiosa acerca deste capítulo da nossa História.

Apesar de o nosso país estar já há muito tempo mergulhado neste misto de imbecilidade política e fim da linha, a partir do qual ninguém sabe muito bem para onde se virar, espero que os portugueses tenham acima de tudo vontade de perceber o que este dia significou e o que é que dele podem fazer. Não sou a pessoa mais adequada, aos olhos de muita gente, para falar sobre lutas, revoltas, bandeiras e cantigas, uma vez que já tinha a minha fuga planeada há alguns anos. Mas muito mais do que muita gente que conheço, quer no estrangeiro ou ainda em Portugal, tenho pelo meu país e pela minha gente uma admiração e um orgulho que milhares de kilómetros ainda não conseguiram destruir.

Assim sendo, tenham um feliz 25 de Abril! 
Passem-no com a família, descansem, mas não se esqueçam de reflectir sobre todo o poder que o povo teve e que ainda tem nesse cantinho lindo da Europa. Mesmo que já não se lembre disso...


M.


5 comentários:

  1. Gostei da dicotomia imbecilidade política vs. fim da linha. :-)
    O que eu acho mesmo é que os palermas dos governos pós 25 de Abril se têm vindo a aproveitar da luta de um povo de convicções para usurparem e deteriorarem o significado da liberdade. Arriscaria até a dizer que já nem sequer a temos, como devíamos.

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  2. Sem dúvida que o fazem. Usam e abusam do direito de governar e para além de deteriorarem o significado da liberdade, dão também cabo daquilo que devia ser uma democracia. A essa já não lhe reconheço o valor sequer.
    Sem me alongar em relação ao acto eleitoral, que sei que muitos fazem quase de olhos fechados, e se fizerem, acho que num estado democrático, a maioria das pessoas não deveria ter razões para protestos em massa. E que enquanto isto andar no toma lá-dá cá que se tem visto entre partidos políticos (e não interessa quais são), não vamos a lado nenhum. Mas o povo ainda há-de voltar a ser quem mais ordena. Assim o espero...

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    1. Acto eleitoral = Escolher entre apenas dois poderes instituídos (PS e PSD) = País sem opção... e sem saída.

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  3. As pessoas até sabem que houve um 25 de abril em tempos...e coragem?

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    1. Pois...essa se calhar também ficou lá atrás, em parte incerta.

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Ora então debitem práqui os vossos comentários