domingo, 31 de março de 2013

Odeio-te. Mas só um bocadinho.

És a pessoa que eu mais odeio neste momento. Só um bocadinho. Dos grandes, mas só um bocadinho.
Ai.
Tens personalidade, és giro dentro de um género específico de giro (daqueles que vêm sobretudo de dentro, e que transparecem para fora em todas as ocasiões), és inteligente e simples. Mas odeio-te.

Odeio-te porque me dás a volta à cabeça. E todos os dias me fazes dizer a mim própria que isto não é nada. És o amigo, o confidente, aquele a quem eu posso contar o que me apetecer, e aquele a quem eu não tenho problemas em contar todas as coisas menos boas do meu dia. Não me passa sequer pela cabeça excluir-te de qualquer tipo de cena para a qual seja convidada, e não vejo um dos meus dias aqui sem ti. És uma merda.
Dás, é-te retribuído, dás outra vez para depois te ser retribuído novamente. E depois disso. Nada. Era a ti que eu oferecia abrigo se me dessem a escolher de entre todos os homens que me rodeiam ou que já fizeram alguma vez parte da minha vida.
És Homem.

Tenho dito.







PS: Mais um post nhe nhe nhe e ai-valha-me-deus-que-sou-gaja deste blogue. Peço desculpa se a qualidade tem vindo a decrescer, mas isto ou é das hormonas ou da falta de sol (ainda não sei bem). Às vezes sai assim. Foda-se, merda, puta que pariu.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Tequila

Sabem aquelas noites em que a tequila reina e em que se acaba a dizer o que não se quer (ou quer) a quem não se devia? Ontem foi assim. Foda-se.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Que-se-ma-na.

Foi uma semana absolutamente de loucos.
Ainda não acabou, eu sei, mas como amanhã é feriado, isto já cheira a sexta-feira.

Começou como uma de tantas outras e tornou-se algo completamente diferente. E pode ser definida apenas descrevendo segunda e terça:

Segunda-feira: normalíssima, com direito às neuras do costume e muito sono. Depois da conferência do fim-de-semana, apercebo-me que já não tiro um dia para dormir até às 11h há 3 semanas (tá mal!).
ao final da tarde: artigo científico publicado (yaaaaaaaay! :D)

Terça-feira: artigo referido no site da National Geographic (minha nossa senhora, que nem queria acreditar!!). 

Resto do dia e da semana:

  • Festejos (no lab, em casa, com os amigos, jantares, brindes, mais brindes, agradecimentos e coisas que tais)
  • 1500 reuniões de trabalho
  • Tentar adiantar mais trabalho (que ainda tenho muito que fazer e esta gente só sabe dar-me de beber)
  • Está na hora de ir às compras e de fazer jantarada com os amigos lá em casa, que eles merecem :)


Passou a voar, e até podiam ser todas assim. Mas estou absolutamente exausta.
Tenham um bom feriado, sim?

M.



segunda-feira, 25 de março de 2013

Está do caraças.

Por favor, tirem uma hora e meia da vossa semana para ver este documentário, se ainda não tiverem visto. 

Ao Domingo eu e um amigo meu costumamos fazer uma sessão de cinema em casa. Durante a semana, caso apareça alguma coisa que gostássemos de ver, salvamos para uma destas sessões. De vez em quando, vemos coisas que são do melhor. Já tinha ouvido falar do Waste Land e do trabalho do Vik Muniz, um artista visual brasileiro que tem trabalhos absolutamente sensacionais, mas ainda não tinha tirado tempo para o ver.
Não vou descrever. Podem ver o site do documentário aqui, onde também encontram este trailer:  


Eu não sou uma pessoa especialmente lamechas, mas isto tocou-me. A simplicidade e a felicidade destas pessoas, no meio da tristeza e do lixo na vida delas é uma das coisas mais lindas que já vi. Quando me deparo com estas coisas, dá-me vontade de sair feita parva e começar a abraçar gente na rua. Foda-se, já estou de lágrima no olho outra vez.

domingo, 24 de março de 2013

Eu não nasci a saber sueco

E como fiquei no nível 1 do curso, é-me impossível perceber o que este senhor está praqui a dizer.

Conferências ao fim-de-semana são chatinhas, mas numa língua diferente, valha-me deus. Mas eu mereço.

O que há de bom é a boa comida, o sol a entrar pela janela e a gente gira que ando praqui a ver. Sim senhor, qualidade. Olha, vem aí tradutor para mim. Giro.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Este filho da mãe deste Inverno que nunca mais acaba

Está um frio do caraças. 


Apesar de estar sol (hoje, e depois de muito tempo), ainda está tudo coberto de neve depois do nevão de há três dias atrás. Esta semana vim quase todos os dias de autocarro para o trabalho, o que é bem diferente daquilo que costumo fazer. Geralmente, a bicicleta é a minha fiel amiga para todo o lado que vou. Mas, os sinais do frio começam a ser evidentes na minha cara e mãos. E para além do mais, chego ao trabalho muito mais relaxada do que se vier de bike.

Estão 3 graus negativos e este fim-de-semana prevê-se descida da temperatura (há-de chegar aos -9 dizem eles). Está bonito. Como ando ocupada durante este mês, não vou a Portugal na Páscoa, portanto lá vou eu continuar a aturar mau tempo até que ele se lembre de ir embora. Enquanto isso estão 13 graus na minha terra e o sol brilha, disse-me a minha mãe há bocado (mas também já fui ver as previsões e vi que o tempo vai mudar, por isso, toma)...

Apesar de gostar do local onde vivo, estou um bocado arrependida por me ter mudado para um sítio que me faz pedalar durante 15 minutos para chegar ao trabalho. Não é que seja muito, mas geralmente faço o percurso a grande velocidade (por causa das horas) e sempre a subir. E raismeparta este percurso. Esta não é a única razão pela qual me arrependo, e todas as outras envolvem a querida da minha colega de casa. Mas isso vai dar pano para mangas noutros posts, prometo.


Este fim-de-semana tenho conferência numa cidade aqui ao lado e amanhã é dia de acordar cedinho. Por isso, hoje não há cá copos para ninguém. Melhor, também não ponho os pés na rua depois das 7 da tarde, e poupo-me deste briol.

Este é o post nhe nhe nhe da semana. Aquele em que me queixo da vida que levo. É isto.







Amigas

Que saudades que tenho das minhas, pá...


Tenho e sempre tive uma ligação muito especial com os meus amigos. Apesar de ter amizades muito bonitas com rapazes, nestes últimos dias têm-me feito especial falta as minhas amigas. Raios. Sinto falta de tanta, mas tanta coisa junto delas. Estou habituada a ter por perto gente que não julga, que ri à gargalhada e que não se importa de ficar sentada durante várias meias horas, só a ouvir. E que sem julgamentos, dá opiniões que de facto interessam e ajudam em algo. E pessoas que também não se poupam quando é para passar tardes a fazer estupidez ou coisa nenhuma, só porque lhes apetece. Raios. Tenho saudades de ouvir a voz delas ao telefone.

"Olha, onde estás? Ah. Era para ver se querias vir até aqui. São só 10 minutos. Não podes? Mas o que é que tu andas a fazer? Oh anda lá. Fumamos um cigarrinho e depois vais à tua vida. Que puta que tu és às vezes também...Ah. Assim está bem. Aparece aí assim que puderes. Se eu não te abrir logo a porta, esperas. Devo estar no banho."

"Está? Então, como estás my love? Olha, tenho que te contar uma coisa, mas tem que ser agora. Tens que te pôr aqui em menos de 5 minutos. Já disse, põe-te a mexer, oupa."

"Já te disse que és melhor que ele. Não sei o que é que ainda andas a fazer com esse gajo. E confessa lá, tu és da mesma opinião que eu..."

"Olha não sei o que faça. O que é que achas? Oh, mas a sério dá-me a tua opinião (...) Eu pedi-te uma opinião e não uma aula de moral MEU NOME COMPLETO...Ai. Achas? Se calhar tens razão..."


Raios.

Quem tem amigas como as minhas, tem tudo. Disso tenho a certeza.
Há uns anos atrás, tínhamos a mania de nos imaginarmos nos casamentos umas das outras. Felizes, todas (pelo menos) comprometidas com os homens das nossas vidas, e a dar cabo das garrafas de champanhe no casório. Na altura era uma coisa engraçada (talvez por estar ainda num futuro distante, e no meu caso muito especialmente). Hoje em dia, ainda é assim. Também esperamos ansiosamente que uma decida ter putos. Vamos ser as "tias" preferidas, de certeza. E tenho também a certeza de que todas vão fazer o mesmo esforço que eu. VOU MIMÁ-LOS COMO SE FOSSEM MEUS.

Raios.

Tenho mesmo saudades delas.


quinta-feira, 21 de março de 2013

Eu sei, eu sei

Eu sei que ando ocupada.
Não tenho tido tempo para quase nada, ando a comer mal, a dormir não muito melhor, não falo com a família há alguns dias e os meus fins-de-semana, apesar de trazerem sempre alguma descontração, têm sido sempre com trabalho à mistura.
Mas se tudo correr bem, daqui vão sair coisas boas :)

Vamos lá levar o dia com positivismo. Muita calma nessa hora e amor nessa alma!

Fables, The Dodos


M.

terça-feira, 19 de março de 2013

Pela saúdinha dos meus sentidos #7

Existe uma linha que separa música de muito boa música.

Os Beirut deram cabo dessa linha há alguns anos atrás para mim, e ainda são das muito poucas bandas que me deixa de coração pequenino de cada vez que oiço.
Existem algumas imagens que me passam pela cabeça, esteja eu onde estiver, quando isso acontece. Geralmente incluem uma mão cheia de gente boa, um cigarro à janela e a vista sobre os telhados de uma cidade da qual sinto muita falta.
Sabe muito bem saber que o vivi.

Goshen, Beirut

Elephant Gun, Beirut

Tenham uma boa noite!
M

Não tenho mais razões p'ra me queixar

E é verdade, não tenho.

Apesar de toda a gente ter os seus dias de resmunguice, em que só apetece reclamar de tudo e de mais alguma coisa e em que tudo parece estar fora do sítio, há sempre um momento em que isso tem que parar. Há que pôr isso lá atrás e começar a encarar os dias com uma cor diferente.

Caramba, lidar com pessoas negativas todos os dias é cansativo. E enerva!

Sim, já sabemos que a vida é injusta, que um doutorando trabalha muito, que é muito chato quando as experiências não resultam, quando o tempo está mau, a neve é muita e a comida não está na temperatura certa.

Mas sabem que mais?? São pessoas saudáveis, com um emprego, privilegiadas o suficiente para o terem escolhido (ninguém vos obrigou pois não???) e têm as contas pagas. Por isso, também não têm razões para se queixar, de todo.

Apenas uma pequeníssima parte dos meus amigos está em situação profissional semelhante à minha. Todos os outros, estão a fazer aquilo que não estava nos planos, simplesmente. Nem nos deles nem dos dos pais deles, que em grande parte dos casos muito se esforçaram para lhes dar a melhor educação. No entanto, todos eles vão arranjando maneiras de se desenrascar, quer seja a dar explicações ou em pequenos empregos em part-time, enquanto se desdobram em candidaturas a programas, empregos em companhias, entrevistas e formações. E nunca, mas NUNCA, os vejo a referir o assunto por mais de 5 minutos em qualquer conversa que tenhamos. E o assunto é sempre substituído por outro que certamente nos faz soltar uma gargalhada. Gosto de ter por perto pessoas que encaram a vida com positivismo, apesar das dificuldades. E gosto muito dos meus amigos. Não só por isso, mas também.

Quando me deparo com os dramas das vidas destes infelizes com que aqui ando, dá-me pena. A vida deve ser difícil de levar a cabo para eles, a sério.

Deixem-se de MERDAS! Isto passa num instantinho. É para trabalhar, trabalhem. É para viver, vivam. Não fui sempre assim, mas tento cada vez mais esforçar-me para o ser, e não consigo achar que um dia me vou arrepender.

Ora tomem lá p'ra ver se passa:


Tenham um resto de bom dia e levem-no com calminha, sim?
M.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Hoje não vou...

Enervar-me nem chamar nomes às pessoas baixinho;
Dizer palavrões (mesmo que para dentro);
Beber mais de duas chávenas de café;
Para casa sem passar duas  horinhas no ginásio (ando a portar-me mal);
Dormir sem ler 3 capítulos do livro que ando a tentar despachar desde que vim de férias (em Janeiro, valha-me Deus...e isto só se deve a falta de tempo porque o livro é um espectáculo).


A ver se isto corre bem...


Make it count!



Digam isto a vocês mesmos quando acordarem e se aperceberem que é Segunda-feira outra vez (eu vou tentar...).
Boa semana!
M.

P.S.: Andei a mudar de roupa ao O Blogue daquela tipa. Ainda não morro de amores, mas apeteceu-me. Assim que tiver mais tempo, trato de o pôr como deve ser.

domingo, 17 de março de 2013

Pela saúdinha dos meus sentidos #6

Olha outra.
John Mayer Trio, Out of my mind. Apesar de também não morrer de amores por ele (de todo mesmo), enquanto estava no laboratório hoje, e no meio de uma playlist que estava a ouvir, apareceu-me isto.
Valha-me minha nossasenhorinha....esta guitarra...



Tenham um bom Domingo!
(Continuo à espera de respostas aos meus posts de ontem sobre a felicidade e os sonhos...).
M.

Pela saúdinha dos meus sentidos #5

Estou apaixonada por esta versão da Let me roll it do Paul McCartney, interpretada pela Fiona Apple (Da qual não sou especial fã, mas que aqui, c'um caraças. Que me desculpe o Paul McCartney, mas gosto mais desta versão do que da original).


Muito bluesish como eu gosto e com um groove que me faz querer ter filhos dela, porra.
(video da actuação dela no Late Night with jimmy Fallon, no ano passado)

Mas, Sir McCartney é Sir McCartney, e só para não haverem coisas fica aqui o vídeo de uma das actuações dele também (continua a ser do caraças, pronto)

 

M.

sábado, 16 de março de 2013

Um dia tenho mesmo que...

(sem qualquer tipo de ordem específica)


  • Viver num país tropical (que coincidência esta ser a primeira...as temperaturas negativas andam a fazer-me disto. Não precisava de ser eternamente também, mas é uma experiência à qual me gostava de sujeitar)
  • Visitar cada um dos 6 continentes (políticos, que é para não haver cá confusões: América, Europa, Ásia, África, Oceania e Antártida)
  • Fazer um intra-rail em Portugal (raios, ando para fazer isto há anos e está-se sempre a adiar)
  • Fazer uma road trip pelos Estados Unidos
  • Viver em São Franscisco pelo menos durante 6 meses (depois de um amigo meu ter lá vivido, ando com o bichinho por experimentar esta cidade)
  • Visitar Nova Iorque e ir ao topo do Empire State Building
  • Ir à Escócia (ainda gostava de descobrir se o kilt se usa mesmo sem nada por baixo ou não...mas provavelmente nunca vou saber)
  • Regressar à Croácia (raismeparta se não o faço)
  • Visitar a praça vermelha, em Moscovo
  • Ir a Tóquio
  • Visitar a Grande Muralha da China
  • Visitar Moçambique, com o meu pai
  • Visitar a Austrália (e tentar perceber qual a quantidade de cangurus que, de facto, existe por lá)
  • Conduzir um Fórmula 1
  • Ser mãe
  • No seguimento do anterior, ser avó
  • Publicar um artigo na Nature (coisa pouca...)
  • Voltar a viver em Portugal e se possível, criar os meus putos lá (que me perdoem os estrangeiros. Mas não existe nada que se compare àquele nosso cantinho da Europa, no que toca a imensa coisa, uma delas e muito importante, a alegria e forma de encarar as piores merdas que se possam imaginar. E uma humildade que geralmente vem de dentro. Qual fado, qual quê?! Aquilo chama-se sentimento).
Fui!
Tenham um bom sábado, que o meu vai ser passado a trabalhar.
M.

Isto da felicidade e dos sonhos é do caraças...

Desde há uns tempos, e a propósito de algumas situações que se vão passando aqui no nosso dia-a-dia, que eu e um amigo discutimos a temática da felicidade e dos sonhos. 

Mas afinal, o que é que nos faria realmente (mas MESMO) felizes? E quantos sonhos ainda temos por realizar? Será que depois de os realizarmos, vamos sentir que somos pessoas mais completas?

A minha resposta a cada uma destas perguntas é sempre a mesma. Não sei. Eu sei de muitas coisas que gostaria de fazer/ter, sei que isso me deixaria extremamente feliz (acho), mas é-me impossível saber qual o meu verdadeiro limite no que toca a felicidade. Primeiro, porque na minha opinião, o ser humano nunca é totalmente realizado, e no caso de um ser humano ambicioso, atingir a plenitude e a satisfação (diga-se felicidade (?)), são coisas extremamente complicadas. Segundo, porque todas estas coisas dependem da situação em que as pessoas se encontram em determinado momento das suas vidas, e a vida dá muita volta. Muita volta mesmo. E por isso, nós e as nossas ambições/sonhos/ideia de felicidade também mudamos. 

Também na minha opinião, os sonhos são uma das melhores e das piores coisinhas que se pode ter. Calma. Melhor, porque se não fossem os sonhos, nunca saíamos da cêpa torta, como se diz na minha terra. É por sonharmos e querermos mais para nós e para as nossas vidas, que de facto temos o impulso, e ganhamos a coragem para as fazer. A pior, porque nos podem também levar à angústia e à frustração de não os vermos realizados. Uma das coisas que mais me assusta quando penso na velhice, por exemplo, é olhar para aquilo que vivi e achar que podia ter feito muito mais. Sentir-me pequena e insatisfeita. E isto é uma merda.

(Quem me estiver a ler neste momento vai achar que somos uns insatisfeitos, resmungões, que estamos de mal com a vida e que não regulamos muito bem das ideias. É verdade. Mas também não é assim todos os dias...)

Por exemplo. Eu tenho 24 anos, e desde muito nova (praí desde os 12 anos) que sonhava em viver no estrangeiro. Nessa altura não fazia a mínima ideia do que ia ser quando crescesse, e a que estrangeiro me referia exactamente. Lembro-me de sonhar com Tóquio e Nova Iorque. Na altura queria ser professora de matemática (Valha-me Deus. Não que haja alguma coisa de errado com isso, mas a vida dá muita volta mesmo. E o que é que uma professora de matemática iria fazer para uma destas cidades?!?...). Não fazia ideia que aos 15 me ia dar na cabeça para seguir por caminhos científicos nunca antes navegados, e que aos 17 me ia apetecer estudar Bioquímica, e que aos 22 me ia dar para estudar Neurobiologia e que ia gostar daquilo como o raio. De facto, realizei o meu sonho. Vivo no estrangeiro e a fazer aquilo de que gosto muito. Nesse sentido, e na opinião de grande parte das pessoas que me conhecem, isto é aquilo a que se chama "living the dream". Mas então depois, quando estou a viver o sonho, apercebo-me de que existem milhentas coisas que ainda tenho que fazer, e que acho que se não as fizer, isto no final é capaz de ter um sabor bastante amargo. Que raio de inquietação estúpida.

Apesar disto tudo, existe uma coisa que me sossega o espírito. E que é também só uma opinião. Todos nós somos diferentes, e todos nós a partir de certa altura temos a capacidade (e eu espero que faça bom uso da minha) de definirmos quais são as dimensões que fazem parte da NOSSA felicidade. O que nos deixa mais felizes. Seja a carreira, a vida familiar, o amor, a paixão, a liberdade, entre muitas outras. Cabe-nos a nós, em determinada altura da nossa vida, definir o que realmente importa. E definir também quantas destas dimensões queremos incluir ao longo da nossa vida, onde e com quem.

Pronto, é isto (caramba, que isto foi um post daqueles que me deixou os pirolitos a dar voltas. Espero que a vocês também).

E eu não era para fazer isto, mas vou. Está aqui o primeiro desafio do blogue (Detesto o nome rúbrica. E não me venham dizer que este nome não é muito melhor, porque é). E o primeiro tem como tema "Um dia tenho mesmo que ...".

É só porque gostava de perceber de que são feitos os sonhos de pessoas diferentes, e quantas ideias diferentes de felicidade podem existir (deixem-se de vergonhas, que eu tenho visto as estatísticas do blogue. Já não tenho 0 leitores. São praí uns 5). Pá, podem ser coisas pequenas ou grandes, coisas que gostassem de ter, ou de fazer, viagens, profissões, etc etc...
Contem-me tudo. Comentem ou se se sentirem tímidos, enviem mail para oblogdaquelatipa@gmail.com, vá. 


Eu vou ser a primeira, no post seguinte.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Aquele dia da semana da felicidade...

Pronto, está feito. Já me encontrei com a senhora minha chefe, já lhe mostrei os resultados que me pediu, já tenho trabalho que me dá para os próximos 4 meses (Mas que tenho que apresentar dentro de 3 semanas. É sempre a mesma merda.), gostou muito sim senhor, e já toda a gente se pôs a andar daqui para fora, excepto eu. Mas não quero saber, porque é sexta-feira. 



Eu espero...

Depois de uma manhã absolutamente de loucos, quase uma hora depois do combinado, cá estou eu à espera da chefe.
Vim de casa com gráficos, planos de experiências e uma apresentação que ainda ia a meio, a latejar na cabeça. Andei entre o computador e o laboratório em intervalos de 15 minutos, durante as últimas 7 horas. Almocei em menos de 10 minutos, comi uma sandes e uma maçã. Foda-se. 



Amanhã vou...

Acordar bem disposta, tomar um pequeno-almoço como deve ser, ler o jornal antes de sair, ir nas calmas para o trabalho, trabalhar de forma produtiva, almoçar, trabalhar mais, ter uma reunião com a chefe, fazer um brilharete na reunião, trabalhar ainda mais, planear o trabalho para o fim-de-semana, ligar a um amigo para ver onde se vai jantar, voltar a casa, tomar um banho, escolher o que vestir, vestir-me, maquilhar-me, e voltar a sair. Jantar com o pessoal, beber um copo, rir, fumar um cigarro, beber mais um copo e rir ainda mais, sair para a baixa, escolher onde ir, ir, dançar, rir ainda mais se possível, conhecer o homem da minha vida para depois perceber que se calhar não é. Começar a beber água. Acabar a noite com os amigos do costume e ir para casa de sorriso na cara.


Ou se calhar não vai ser nada assim.
Boa noite e façam o favor de ter uma sexta-feira espectacular!


quinta-feira, 14 de março de 2013

Pela saúdinha dos meus sentidos #4

Eu e o Jimi.
É assim que se está por aqui.



Esquisitices

Sou eu a única pessoa que adora ir ao supermercado??

Se existir por aí mais alguém que me diga, porque quando sinto que isto me dá gosto, também sinto que não bato muito bem da cabeça...

Há gente que me frita o cérebro

Há. Mas é que há mesmo. 
Aqui existe a tradição de parar duas vezes ao dia o trabalho para tomar café e lanchar, de manhã e à tarde. É meia hora da mais pura cusquice. Ora bem, eu como anti-social convicta e revoltada (só para certas pessoas), é nessas meias horas que agarro na minha chávena de café e venho para o computador, relaxar (que é como quem diz falar com a minha mãe e com o pessoal no chat do facebook, dar uma vista de olhos no blogue ou ler o jornal online). 
Entretanto o pessoal vai regressando do café e começam os comentários sobre aquilo que se passou durante essa meia hora de qualidade. É com cada filhadaputice que eu até fico parva. Mas ó minha amiga, quem é que se interessa se o bolinho que fizeste para o lanche de hoje é melhor que o que a outra fez na semana passada??? E quem, mas quem, é que nota a diferença entre o café que tu fizeste e o que ela fez?? Isto é café de CAFETEIRA eléctrica. É sempre mau. E tu não és especial. E outra coisa, ninguém quer saber do que vais fazer no fim-de-semana com o teu namorado espectacularmente boa pessoa, giro e desportista (e melhor do que o da outra) e quanto vais gastar nisso! Quando voltares, tens à tua espera a tua vidinha de sempre, a fazer bolos. Melhores que o da outra (por acaso não).

Pela saúdinha dos meus sentidos #3

Há umas semanas atrás fui passar o fim-de-semana a Copenhaga, na Dinamarca. 
Adoro a cidade, e todos os recantos que ela tem. Gosto das cores frias que se misturam com cores quentes, com uma facilidade que me faz querer soltar uma gargalhada quando lá chego (pelo menos um sorriso arranca-me sempre, que ainda pensam que sou atrasada mental se desato à gargalhada à saída da estação). Gosto dos bares e dos pubs, gosto dos restaurantes, gosto das mil e uma possibilidades que ela oferece, para tudo e mais alguma coisa. Desde as matinées de cinema, onde se vêem filmes com mais de 20 anos e em que tudo é permitido dentro da sala de cinema (pillow fights, álcool e objectos voadores), aos concertos de música, os blues e o rock, e a uma mistura estranha que eles apreciam e que até já comecei a não desgostar, a que chamamos electro-80's, os museus, o comércio, os artistas de rua, e claro, as esplanadas (no Inverno, só para os mais corajosos), que servem de plateia para o espectáculo que é esta cidade.  Um dos meus sítios preferidos, é o Porto de Nyhavn. É um dos pontos de passagem obrigatória para mim. Quando tirei estas fotos, as temperaturas estavam negativas, e algumas partes do canal estavam congeladas já. Mesmo assim, soube-me pela vida caminhar por aqui, de expresso na mão e só de olhos à mostra.  



Espero arranjar tempo muito em breve para mais uns fins-de-semana por lá. E espero bem que venha a Primavera num instantinho, que com sol costuma saber ainda melhor.
M.

Para começar o dia

Café, muito café.

Nunca fui pessoa de me levantar muito cedo. Não me acho preguiçosa, não. Não me acho dorminhoca, não (até porque quando durmo muito mais de oito horas parece que fui passada a ferro por um camião). Só sou daquelas pessoas cujo cérebro simplesmente não funciona muito bem antes das 9:30/10 da manhã. E sim, gosto de dormir de manhã. Sabe e faz-me bem!

Por outro lado, sou capaz de fazer grandes maratonas de trabalho pela noite dentro (quando vivia em casa dos meus pais, isto levava a minha mãe aos arames). Ora, isto não seria absolutamente problema nenhum caso não tivesse que me apresentar num laboratório todos os dias a horas de gente. 

Apesar de não ter ninguém a controlar as horas a que entro e saio, os meus horários são, digamos que um bocado (bastante vá) relaxados, para os parâmetros deste pessoal. E isto por vezes faz-me sentir culpada, mesmo que sem razões para isso (E também porque existe muita gente que trata de me fazer sentir culpada por isso...). A verdade é que no final sou capaz de fazer quase o dobro de horas de trabalho mensais do que é suposto. Isto porque, na maioria das vezes, não tenho horas para sair daqui. E também não existem fins-de-semana em que não tenha que pôr aqui os pés. Mas, as pessoas só podem imaginar o que eu trabalho por aquilo que virem enquanto estou por aqui, ao mesmo tempo que elas. Vale-me de muito ter uma chefe que quando me pede resultados, os tem e grande parte das vezes, os aprecia bastante. Também me vale de muito ela ter plena noção do tempo que é preciso para se prepararem certas coisas. Também me vale de muito ela ter noção das horas extra que faço. E também me vale de muito, ela saber que me pode mandar mails às horas que lhe apetecer, que eu respondo.

Responsabilidades são mesmo assim. Um compromisso. Acho que sempre lidei muito bem com elas. No entanto, é difícil a adaptação a um novo ritmo de trabalho, e que neste caso, é altamente influenciado por traços culturais. É difícil explicar a algumas pessoas aqui que às 5 horas da tarde ainda tenho pelo menos duas a três horas de trabalho pela frente. E que janto por volta das 21h. E que não consigo dormir muito antes das 00:30h (porque antes disso é cedo, muito cedo). 

Depois de um ano e meio a viver aqui, sinto-me capaz de escrever uma tese sobre diferenças culturais, mas vou deixar alguns excertos dessa tese para outras ocasiões.

Tenham um bom dia!
M.




Está quase...

"Está quase"...é aquilo que vou dizendo a mim mesma, vezes e vezes sem conta. Se alguém souber de alguma técnica de auto-motivação eficaz que me faça querer continuar a fazer aquilo que estou a fazer neste momento no meu trabalho (raismaparta que esta palavra já saiu demasiadas vezes neste blog e não era suposto!!!), que avise!

quarta-feira, 13 de março de 2013

Papa, Francisco.

Se não comeres tudo Jesus castiga-te!

(Eu sei que se calhar já chega de piadinhas sobre o novo papa por todo o lado, mas porra, é irresistível! E é desta que vou passar a eternidade com um espeto enfiado sabe-se lá aonde, e como dizia a minha avó, a arder no fogo do inferno).

É bom

Dormir, espreguiçar, abraçar, beijar, rir, fazer rir, sorrir, passear, comer, comer mais, viajar, falar muito, contar histórias, viver histórias, estar com os amigos, ler, ler ainda mais. 


E isto são coisas para as quais não ando a ter tempo suficiente. Podia deixar de ser resmungona e pôr-me a mexer, mas na verdade não tenho feito outra coisa...

Mas será que alguém me explica...

...Porque caraças está a nevar em Março?!? MARÇO?!

Uma coisa é estarmos em Dezembro, e ser bonito porque "ah e tal e o caraças, é Natal e condiz com a época". Outra coisa é estarmos em Janeiro ou Fevereiro e "ah porque isto dos Invernos nórdicos é assim, as piores semanas são as primeiras do ano". Agora completamente diferente é esta porra deste mês, em que já se devia ver solinho de vez em quando na porcaria desta terra, e nada. NADA!


terça-feira, 12 de março de 2013

Pela saúdinha dos meus sentidos #1


Enquanto estava aqui entretida a trabalhar (pff! entretidíssima e a adorar!), chegou-me aos ouvidos uma coisa, daquelas coisas que sabe mesmo bem ouvir. Stevie Ray Vaughan and Double Trouble.
Esta Testify faz-me querer ir a correr para um bar de blues, e ficar horas a ouvir isto.


Depois chegou-me aos ouvidos outra, também deste senhor. Mas esta é mais daquelas que me faz pensar "Fuck this shit, vou mandar o trabalho para o caralho (que Deus me perdoe ou não, se não lhe apetecer) e acender o cigarro. É desta que a minha chefe me manda de volta para Portugal".


Depois lembro-me que se calhar é melhor não.
De qualquer das maneiras sabe bem, porra.
E desta sim, boa noite.

M.


O Blogue daquela tipa que se recusava a escrever um Blogue...

Ora pois, era assim era. Até há uns dias atrás. 
Esta coisa dos Blogues sempre me agradou, confesso. Apesar de só ter começado a acompanhar a blogosfera há uns 5 anos atrás, e apesar das críticas, e falo daquelas que soam a "ah porque isso é mariquinhas" e "é coisa de quem não tem mais nada para fazer", ou então "ah, porque isso dá muito trabalho", e apesar de sempre ter negado a possibilidade de começar um, fogo, aqui está ele!

O Blogue daquela tipa é um blogue escrito por uma tipa, esta aqui. É aqui que vou escrever, sempre que puder (juro), aquilo que me der na real gana. E criei o blogue pelas seguintes razões. Razão número um (e já anteriormente referida): porque gosto de blogues. Razão número dois: porque me apeteceu, e tem vindo a apetecer há já muito tempo. Não o fiz antes porque muito provavelmente me faltou a coragem  e o tempo, e a coragem e o tempo, e também a coragem. Razão número três: porque descobri muito recentemente que me dá um gozo do caraças partilhar. E partilhar pode ser muita coisa, mas isso vocês (sim, vocês, todos os 0 leitores do meu blogue!) vão descobrir mais tarde. 

Agora a tipa vai ver se trabalha um bocadinho antes de ir dormir, que já são horas, e amanhã tem reunião com a chefe, sim? Boa noite!