domingo, 7 de dezembro de 2014

Ainda não vos disse...

...mas tive um jantar de natal com o pessoal do lab, e recolhi algumas informações valiosas. Ora atentem.

Primeiro, aquelas pessoas continuam a ser as minhas favoritas. Só que não.

Segundo, no meio do desconforto alheio (de quase toda a gente) consegui vislumbrar uma coisa que ainda não tinha conseguido ver, e que se chama medo. Afinal, quase toda a gente ali tem medo de se expor. Ao ridículo, perante pessoas que não sendo amigas, partilham o dia-a-dia com elas. 

Terceiro, praticamente toda a gente me perguntou se já estava farta de ser mãe, e se (coitadinha de mim) conseguia aguentar todas as dificuldades que esta nova condição acarreta. Que queridos.

Quarto, a minha chefe é a tipa mais porreira que conheço. Com ou sem álcool à mistura, faz-me acreditar que, se calhar, ainda existem pessoas humanas, profissionais, hilariantes e simplesmente de bem com a vida na Ciência. Para além disso, é uma super mãe.

Quinto, apesar das pessoas fofinhas que me esperam em Janeiro quando voltar ao trabalho, tenho saudades do lab. Não por eles, mas porque quero mesmo por as minhas mãos no projecto que me espera.

E foi assim que enchi o bucho de sushi, enquanto constatava tudo isto. 

Tenham um resto de Domingo em bom! 
M.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Upgrades domésticos #2


Esta coisa tem uma ventosa na parte de baixo, que se cola à mesa da cadeira onde o A. come. Abençoada seja. 
A manutenção disto é obrigatória porque, escusado será dizer, acaba cada refeição coberto de sopa e nojento pegajoso. Nada que água e sabão não resolvam. Mas adiante. Isto tem tornado todo o processo de "brrum, bruuuum, aí vem um camião, olha a sopinha" e "tch-tch-tch-tch-tch, olha agora um helicóptero" muito mais fácil. Os diferentes elementos são giratórios e fazem barulho, o que deixa o miúdo fascinado. 

Antes de ter um filho não imaginava o quão mais fácil o dia-a-dia dos pais se torna, graças a estas pequeninas coisas. Achava que era absolutamente supérfluo ter uma coisa destas, entre muitas outras coisas. Hoje em dia, penso de maneira completamente diferente. 

Pronto, não vos estou a dar uma informação que vai mudar a vossa vida nem que vos vai salvar do infortúnio de terem sopa a voar até ao móvel mais próximo (agora, só de vez em quando). Não. Mas achei por bem espalhar a boa nova. 



quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

E com as Vitaminas...

...voltou a minha vontade de apertar o pescocinho a todas as pessoas que decidem criticar a forma como arrumo as minhas coisas cá em casa. Está certo que não são muitas pessoas. Na verdade, é só uma. Mas tem pescoço, e a minha vontade é apertá-lo.





Que é a mesma coisa que dizer:
...voltou o meu humor. Na verdade, só tenho vontade de lhe fazer festinhas e de me enrolar nele de cada vez que ele se senta ao meu lado no sofá. 

Finalmente, vitaminada!

Depois de alguma resistência estúpida, fui à farmácia comprar Vitaminas. 

aqui tinha falado do efeito que este Inverno andava a ter em mim, e passado muito pouco tempo, a situação agravou-se. O cansaço que andava a sentir ultimamente e o sentimento de energia completamente esgotada não podiam ser só culpa da bendita licença de maternidade e do facto de ser mãe a tempo inteiro. Os dias de uma mãe em casa podem, de facto, ser bastante esgotantes. Mas não é normal sentir uma nuvem negra em cima da cabeça e o peso de uma das Torres Petronas na parte de trás do pescoço todos os dias, de manhã à noite. Agora sei que a falta de vitamina D nos atira directamente, e não muito lentamente, até à valeta mais próxima. 

Em 4 invernos suecos escuros e deprimentes, nunca senti que precisasse de suplementos, pois arranjava sempre entretenimento. Trabalho com fartura, amigos, ginásio, e quando achava que estava assim um bocado mais em baixo, dava um mimo a mim própria (uma ida ao cinema, ao cabeleireiro, ou uns trapos novos para estrear em breve, grandecíssima fútil).

Mas desta vez, senti-o de tal forma, que a certa altura tinha o macho mais velho desta casa a olhar-me de esguelha a cada 10 minutos, para se assegurar de que não haviam indícios de algo mais grave. Tipo vontade de saltar da varanda ou assim. Segundo ele, andei sem sorrir durante dias "e isso, para uma pessoa cujas gargalhadas se costumam ouvir no rés-do-chão, quando ainda me faltam dois vãos de escadas para subir antes de entrar em casa, é absolutamente anormal!".

Depois de umas semanas em que era só cansaço, aguentei três dias mesmo muito maus, e em que a primeira coisa que me apeteceu fazer quando acordei, foi chorar (e chorar muito). Depois disso, numa dessas manhãs, vesti o casaco e calcei as botas (ainda de pijama), pedi ao homem para esperar uns 15 minutos antes de ir para o trabalho e ficar com o miúdo, e fui à farmácia mais próxima. Renasci. 

Não volto a ser estúpida ao ponto de ignorar o que faz falta ao meu corpo. A partir deste ano, mal se comecem a encurtar os dias nos próximos Outonos, vão-se começar a tomar Vitaminas e Minerais cá em casa (homem e cria incluídos)!.