domingo, 7 de dezembro de 2014

Ainda não vos disse...

...mas tive um jantar de natal com o pessoal do lab, e recolhi algumas informações valiosas. Ora atentem.

Primeiro, aquelas pessoas continuam a ser as minhas favoritas. Só que não.

Segundo, no meio do desconforto alheio (de quase toda a gente) consegui vislumbrar uma coisa que ainda não tinha conseguido ver, e que se chama medo. Afinal, quase toda a gente ali tem medo de se expor. Ao ridículo, perante pessoas que não sendo amigas, partilham o dia-a-dia com elas. 

Terceiro, praticamente toda a gente me perguntou se já estava farta de ser mãe, e se (coitadinha de mim) conseguia aguentar todas as dificuldades que esta nova condição acarreta. Que queridos.

Quarto, a minha chefe é a tipa mais porreira que conheço. Com ou sem álcool à mistura, faz-me acreditar que, se calhar, ainda existem pessoas humanas, profissionais, hilariantes e simplesmente de bem com a vida na Ciência. Para além disso, é uma super mãe.

Quinto, apesar das pessoas fofinhas que me esperam em Janeiro quando voltar ao trabalho, tenho saudades do lab. Não por eles, mas porque quero mesmo por as minhas mãos no projecto que me espera.

E foi assim que enchi o bucho de sushi, enquanto constatava tudo isto. 

Tenham um resto de Domingo em bom! 
M.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Upgrades domésticos #2


Esta coisa tem uma ventosa na parte de baixo, que se cola à mesa da cadeira onde o A. come. Abençoada seja. 
A manutenção disto é obrigatória porque, escusado será dizer, acaba cada refeição coberto de sopa e nojento pegajoso. Nada que água e sabão não resolvam. Mas adiante. Isto tem tornado todo o processo de "brrum, bruuuum, aí vem um camião, olha a sopinha" e "tch-tch-tch-tch-tch, olha agora um helicóptero" muito mais fácil. Os diferentes elementos são giratórios e fazem barulho, o que deixa o miúdo fascinado. 

Antes de ter um filho não imaginava o quão mais fácil o dia-a-dia dos pais se torna, graças a estas pequeninas coisas. Achava que era absolutamente supérfluo ter uma coisa destas, entre muitas outras coisas. Hoje em dia, penso de maneira completamente diferente. 

Pronto, não vos estou a dar uma informação que vai mudar a vossa vida nem que vos vai salvar do infortúnio de terem sopa a voar até ao móvel mais próximo (agora, só de vez em quando). Não. Mas achei por bem espalhar a boa nova. 



quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

E com as Vitaminas...

...voltou a minha vontade de apertar o pescocinho a todas as pessoas que decidem criticar a forma como arrumo as minhas coisas cá em casa. Está certo que não são muitas pessoas. Na verdade, é só uma. Mas tem pescoço, e a minha vontade é apertá-lo.





Que é a mesma coisa que dizer:
...voltou o meu humor. Na verdade, só tenho vontade de lhe fazer festinhas e de me enrolar nele de cada vez que ele se senta ao meu lado no sofá. 

Finalmente, vitaminada!

Depois de alguma resistência estúpida, fui à farmácia comprar Vitaminas. 

aqui tinha falado do efeito que este Inverno andava a ter em mim, e passado muito pouco tempo, a situação agravou-se. O cansaço que andava a sentir ultimamente e o sentimento de energia completamente esgotada não podiam ser só culpa da bendita licença de maternidade e do facto de ser mãe a tempo inteiro. Os dias de uma mãe em casa podem, de facto, ser bastante esgotantes. Mas não é normal sentir uma nuvem negra em cima da cabeça e o peso de uma das Torres Petronas na parte de trás do pescoço todos os dias, de manhã à noite. Agora sei que a falta de vitamina D nos atira directamente, e não muito lentamente, até à valeta mais próxima. 

Em 4 invernos suecos escuros e deprimentes, nunca senti que precisasse de suplementos, pois arranjava sempre entretenimento. Trabalho com fartura, amigos, ginásio, e quando achava que estava assim um bocado mais em baixo, dava um mimo a mim própria (uma ida ao cinema, ao cabeleireiro, ou uns trapos novos para estrear em breve, grandecíssima fútil).

Mas desta vez, senti-o de tal forma, que a certa altura tinha o macho mais velho desta casa a olhar-me de esguelha a cada 10 minutos, para se assegurar de que não haviam indícios de algo mais grave. Tipo vontade de saltar da varanda ou assim. Segundo ele, andei sem sorrir durante dias "e isso, para uma pessoa cujas gargalhadas se costumam ouvir no rés-do-chão, quando ainda me faltam dois vãos de escadas para subir antes de entrar em casa, é absolutamente anormal!".

Depois de umas semanas em que era só cansaço, aguentei três dias mesmo muito maus, e em que a primeira coisa que me apeteceu fazer quando acordei, foi chorar (e chorar muito). Depois disso, numa dessas manhãs, vesti o casaco e calcei as botas (ainda de pijama), pedi ao homem para esperar uns 15 minutos antes de ir para o trabalho e ficar com o miúdo, e fui à farmácia mais próxima. Renasci. 

Não volto a ser estúpida ao ponto de ignorar o que faz falta ao meu corpo. A partir deste ano, mal se comecem a encurtar os dias nos próximos Outonos, vão-se começar a tomar Vitaminas e Minerais cá em casa (homem e cria incluídos)!. 


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Desesperos matutinos

Sabem aqueles provadores nas lojas de roupa, que são um bocadinho maiores do que os outros? 

Não servem para pessoas que vêem mal ao perto, nem para miúdas que precisam de espaço.

Servem para pessoas que, como eu, transportam pequenos veículos com pequenas pessoas lá dentro, por exemplo. Por isso, à menina que ali está a experimentar calças há mais de meia hora, desejo-lhe que nenhumas lhe sirvam. Parva.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Ando aqui arreliada com uma coisa...

Como é que eu explico ao meu homem, sem parecer uma besta consumista, que é normal tirar do closet a roupa de Verão e substituir pela de Inverno? E que quando chegar o calor, o processo se vai repetir, mas inversamente? 

Uma pessoa não pode ter todo um amontoado de t-shirts e tank tops enfiadas no meio dos casacos e das jumpers (que chique, três estrangeirismos numa frase só). Faz-me confusão às vistas, e para além disso, é contra-producente. Se eu já perco mais de 20 minutos para decidir o que vou vestir quando aquilo está devidamente organizado...

Ele liga tanto a estas coisas como eu a figos maduros, mas o espanto dele quando me vê a fazer isto,  ainda me faz sentir culpada até à última camisolinha de malha que mora no meu armário. Oh! (estalar de língua) Tenho lá culpa que a roupa dele caiba quase toda na minha gaveta das cuecas... 

terça-feira, 25 de novembro de 2014

E para o Sócrates não vai nada, nada, nada?

Não, que agora não me apetece.

Portugal vs Suécia #1

Olha, agora estou inspirada.


Portugal


vs 
Suécia




Suécia vs Portugal, a questão da natalidade e educação

Ter um filho num país que não é o nosso, traz-nos sempre uma série de questões, dúvidas e medos. Quando decidimos que o pequeno A. ia nascer e crescer aqui, decidimos desbravar tudo isso, e fazer com que o processo fosse o mais suave possível. 

Uma das coisas que ninguém pode negar como vantagem a este país, é o seu fantástico apoio à natalidade. A licença de maternidade/paternidade de cerca de 14 meses e todos os apoios dados durante a gravidez e diferentes fases de crescimento dos miúdos (a nível social e de saúde, e também o apoio dado aos pais no campo profissional), são de facto muito apelativos. Com um sistema de educação gabado mundialmente (em relação a alguns aspectos ainda torço o nariz) e uma multiculturalidade imensa, introduzida nas escolas desde muito cedo, poucas são as razões para não preferir este país ao meu.

No entanto, e como alguém que (ainda) ama o seu país, tenho pena que o meu filho não cresça a cantar cantigas em português na escola, a saborear o nosso bom tempo e a lambuzar-se em pastéis de nata numa esplanada, ao fim-de-semana. Ainda me questiono sobre se pelo facto de estar com os avós e os tios só duas vezes por ano, e por apenas falar com eles via Skype durante o resto do ano, vai ter a forte ligação com eles que nós tanto queremos que ele tenha. Se vai gostar de fado. Se vai gostar de comida portuguesa. Se vai sentir o prazer que os pais sentem quando vêm a praia. Se vai ser um ser humano caloroso e simpático, como quase todas as pessoas que vivem naquele rectângulozinho enfiado Atlântico adentro... 

Mas na verdade, como aluna de doutoramento e cientista, quando o assunto é ter filhos (e sempre que falamos cá em casa sobre ter o segundo filho), fazê-lo em Portugal está totalmente fora de questão. Por todos os direitos que nos faltam enquanto investigadores, pela quase impossibilidade de tratar o assunto "filhos" como parte integrante das nossas vidas sem ter que sofrer consequências, e também porque não consigo sequer imaginar o que seria deixar um filho com 4 meses num infantário (tenho por todos os pais que enfrentam essa realidade, um profundo respeito). 

Assim sendo, há que ter como prioridade a adaptação ao nosso país de acolhimento. Tentar descobrir quais são as diferentes formas de comunicação e línguas que ele vai aprender na escola. Perceber que o clima não é entrave a nada, e saber escolher o equipamento térmico que tem que o acompanhar durante o inverno (a escolha do carrinho já foi uma grande lição) para ele poder brincar lá fora, mesmo com temperaturas negativas. Ficar a conhecer as comidas e sabores que ele ainda não experimentou, e aos quais vai ter que se habituar entretanto. Aceitar a forma como ele vai aprender a tratar a maioria das pessoas no seu dia-a-dia (cá em casa e em casa dos nossos pais, fazemos questão de manter o calor característico do sul da Europa). 

Todos os nossos dias passam cada vez mais por esquecer as saudades que teimam em aparecer, e aceitar que as raízes que nos ligaram (e ligam) a Portugal, vão ter que se ligar agora à Suécia. Nem sempre é fácil, mas também não é o fim do Mundo. O Natal está aí à porta, e as saudades vão à vidinha delas não tarda nada. 


Ah, hoje está sol!! Achei por bem dar-vos esta informação =) Alguém se apercebeu dos raios de sol que acabaram de invadir este blogue? 

Tenham um resto de bom dia!
M.

Mãe sofre

Uma colega minha, uma vez disse-me que deixar os filhos em infantários provoca dor física. Eu não deixei lá o meu, mas a visita e a ideia de que daqui a uns meses é ali que ele vai ficar, enquanto a mãe e o pai vão à vidinha deles, acabou de dar todo um novo sentido àquela frase. 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Sobre o tempo

Eu não vos queria chatear com isto, mas vai ter que ser.
Eu já vos tinha dito que no que toca às condições meteorológicas do país em que vivo, isto está assim  a pedir que desate toda a gente a cortar os pulsos e a tomar comprimidinhos para dormir em quantidades pouco desejáveis. 

Mais do que um céu que está sempre, SEMPRE cinzento, uma chuva miúdinha que podia ser neve (ao menos tinha piada) e um frio que nos chega até aos ossinhos mais pequenos, o pior é mesmo a falta de luz. Nunca nenhum inverno me afectou tanto quanto o deste ano. Por enquanto, fica de noite às 16h. Não é muito mau, mas já é esticar bem a corda para o meu gosto. 

Descansem, não fiquem a achar que me vou mandar desta para melhor por causa disto. Ainda tenho muito amor à vida, e não há-de ser um inverno escuro que mo há-de tirar. 

Pelo facto de não querer andar com o miúdo à chuva, e porque eu própria congelo em menos de nada quando saio (na verdade, no que toca ao frio, o miúdo é o que se safa melhor...no seu carrinho à prova de condições polares e tudo e tudo e tudo. Mas não deixa de me pesar na consciência andar com ele debaixo de chuva), acabo por ficar muito mais tempo em casa do que em invernos anteriores. E, pois claro,  uma pessoa começa a achar que está a ficar cu-cu. Os dias são todos iguais, os candeeiros que se ligam aqui por casa a determinada hora do dia são os mesmos, a partir das 17h já começo a achar que, se calhar, já vestia o pijama (na verdade, às vezes não o tiro) ou que já ia fazer qualquer coisa relacionada com a hora de ir para a cama (tipo dar banho ao miúdo, preparar-lhe o biberão, recostar-me na cama a ler um livro e beber chá). 

Pára tudo! 
Quero Primavera, já!

Aquilo que quebra mesmo esta má disposição são as corridas. Nos dias em que tenho que ir correr (sou muito rígida no que toca aos planos), começo a mentalizar-me que é para ir correr nesse dia logo ao final de almoço. A roupa que uso para treinar começa a ser seleccionada lá para as 3 da tarde, e tudo fica pousado em cima da cama até à hora de sair. É isto, ou então não há mesmo nada que me valha. Para ajudar, tudo o que são lojas, cafés e locais em que tanto gosto de me sentar a ver a vida passar durante a Primavera e o Verão (só este pensamento já me aquece a alma), fecha por volta das 16/17h. Nem vou comentar. 

Outra coisa que também leva a má disposição para longe são as brincadeiras com o miúdo. Enchem-me a alma, para falar verdade. O problema é que ele também faz sestas. E não é fixe, porque eu depois venho para aqui dar-vos cabo da cabeça. 

Se calhar, dá para perceber que estou um bocado avariadinha da cabeça por este post. 
Mas olha, que se lixe. Vou ali regar as plantas e contar-lhes um segredo, e já venho. 


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Imprensa cor-de-rosa ao rubro

Pronto, pronto. Acabem-se as preocupações, as dores nas cruzes e na alma, a inquietação e o temor.

A Júlia Pinheiro já saiu do hospital! 

(Acalmem-se lá com as fotos da senhora a sair do hospital também. Ela está com ar pouco saudável e escrever que ela está óptima na legenda da foto, não resolve esse facto)

Nem quero acreditar

Fiz o homem feliz com um prato de frango grelhado com muitos legumes cozidos.

É tão bom ver o que a miúfa (medo, medinho, mariquice) faz a uma pessoa. 

Tenho em mim todos os sonhos do Mundo

Um deles é dormir até às 9 da manhã, nem que seja só uma vez...





Tenham um rico dia! Eu por aqui vou ver se me aguento.
M.

Terapia é...

...pegar no meu filho ao colo antes de ir para a cama. Ele olha-me com um grande esforço, de olhos quase fechados, pousa a cabeça no meu ombro, fecha a palma da mão depois de apanhar algumas madeixas do meu cabelo e começa a cantarolar a sua própria canção de embalar ao meu ouvido.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Eu vivo com uma pessoa doente

Há três dias que o homem acha que vai morrer. Tudo começou com uma dor na barriga, do lado esquerdo. A minha primeira reacção quando ele me disse o que sentia foi: "Oh! Isso são gases, não stresses". Entretanto a dor não passou, e ele começou a ficar cada vez mais preocupado. Mas tipo, paranoicamente preocupado. Devorou sites sobre o assunto (que é só aquilo que nunca se deve fazer), começou a falar em dinheiro, e no que poderia acontecer comigo e com o miúdo caso ele morresse. Tirou três dias de baixa para estar em casa a pensar no assunto (não foi para mais nada, porque a dor que ele sentia era apenas um leve incómodo). Abraçou-me mais vezes nestes três dias do que numa semana inteira, e disse-me muitas vezes que eu era uma super mãe, que gostava muito de mim e do nosso filho, que tinha orgulho em mim e no que temos. Teve pelo menos três episódios de pânico, em que um "Eu sou tão novo, porquê eu??" lhe saiu em tom de desespero, enquanto lavava a loiça do jantar.



Os homens são tão maricas.






Entretanto já foi ao médico, já tratou de fazer análises e está agora à espera dos resultados. Está também a antibiótico, para tratar a suposta infecção que lhe causa dor abdominal. Está com um certo orgulho que eu não percebo muito bem, no facto de ter acertado no diagnóstico. Na verdade não era difícil. Ele descobriu na net quase tudo o que era possível ter na região abdominal causado por aquele tipo de dor. Parabéns.


Olá, Endorfinas!

Ontem consegui finalmente mexer o rabo, para além das idas ao parque com o miúdo ou das idas ao supermercado. Equipei-me e saí de casa a achar que não ia conseguir fazer nada de jeito, e acabei por conseguir correr 7 kms e ainda fazer algum exercício antes e depois. Não sendo espectacular, é bom para quem estava há uma semana praticamente parada e voltou a estar verdadeiramente activa há pouco mais de um mês.

Para quem chegou ao blogue recentemente, eu vou-vos fazer um breve resumo de como é que esta tipa lida com a actividade física, seja ela de que tipo for. Eu sei que as cenas fitness, crossfit e o camandro andam a invadir Portugal. Ainda bem. Antes isso do que um vício mau qualquer. Mas não é por isso que o estou a referir aqui. 

Primeiro, eu não sou fanática por desporto, nem nunca fui. Faço o que posso, quando posso, sempre que posso. E apenas por uma razao: porque me faz sentir super bem. Equilibram-se os níveis de Endorfinas no corpo, e consequentemente acabam-se os "cravings", ou desejos se preferirem (coisa que me atormentou durante grande parte da minha vida e me fez andar constantemente às turras com a balança). Para além disso, as dores musculares e cervicais que derivam de uma postura incorrecta mantida no trabalho vão à vidinha delas, bem como a má disposição que o mau tempo possa causar e o stress. 

Quando vivia em Portugal não ligava muito a estas coisas. Tinha noção de que me fazia muito bem estar ao ar livre e ter tempo só para mim. Fazia muitas caminhadas terapêticas (nos meus tempos de faculdade, tive o Mondego como conselheiro), mas era mesmo só isso. Não dava para muito mais porque na altura também fumava. Nunca levei a coisa muito a sério e vivia num stress que não tinha fim. 

Quando me mudei para a Suécia, abriu-se todo um novo Mundo à minha frente. 

Para começar, é rara a pessoa que vá para o trabalho de carro. Usa-se a bicicleta para isso, e para quase tudo o resto. E não, o mau tempo não é desculpa para apanhar o autocarro ou ir de boleia para o trabalho. Com temperaturas negativas, há sempre bicicletas nas ruas. Só quando há um nevão inesperado, ou não houve tempo para preparar o piso das estradas para as bikes, se deixam as ditas cujas em casa porque, aí sim, é muito perigoso. 


Depois, é toda uma cidade que a partir das 17h, quando regressa a casa do trabalho, volta a sair de casa para correr. Entre mães que se revezam com os maridos para ficar com os putos em casa enquanto elas (e eles) correm, a casais que simplesmente preferem trazê-los nos carrinhos (é a forma mais eficaz que conheço de os por a dormir em menos de nada) e correm juntos, adolescentes que correm em grupo, pessoas que eu acho que para alguém que se parece com um dos meus avós, se mexem mais do que eu. Antes das corridas, fiquei fascinada com os ginásios, que ao contrário do que acontece em Portugal, não são um luxo (um mês de ginásio em Portugal dá para pagar mais de 5 meses de ginásio aqui). Depois, quando achei que já tinha experimentado de tudo lá dentro e me faltaram desafios, dei corda às sapatilhas e comecei a correr. Depois de umas 3 semanas a achar que aquilo não era para mim, que não tinha resistência nenhuma e que nunca ia conseguir muito mais do que aquilo, comecei a fazer progressos a olhos vistos. Tive direito a algumas lesões durante o processo, por parvoíce preguiça de fazer um aquecimento adequado. Mas para além disso, as corridas só me trouxeram benefícios. 


Depois de uma gravidez em que não quis saber da balança para nada e em que mergulhei numa piscina de hormonas que me fizeram devorar o equivalente a meia Alemanha em chocolates (e ganhar 26 kgs de pura felicidade), e durante a qual a minha actividade física reduziu bastante (só andava de bicicleta, o que fiz até aos 7 meses de gestação, e caminhava), sabe muito bem voltar a estar activa. 

No mesmo dia em que tive luz verde do médico para voltar a correr (há aproximadamente um mês), voltei a dar corda às sapatilhas e é maravilhosa a sensação. 


Olá novamente, Endorfinas!! =)

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Nah!

Não morri lá dentro. 


Na verdade não morri porque a massagista não deixou que isso acontecesse, a estúpida.

Passou oitenta, OITENTA minutos a fazer perguntas, às quais obviamente tive que responder. Quem estava ali como veio ao Mundo e com o "trigo para o ar" (adoro esta expressão) era eu, e como não estava a fazer mais nada, tive que fazer conversa. Atingi um nível de relaxamento equivalente ao que sinto quando acabo de lavar a loiça e me sento durante 10 minutos antes de ir preparar um biberão. Adorei.

E hoje é dia de...


...massagem corporal.

Sim, leram bem. Os meus queridos amigos, tendo consciência de que isto é capaz de me andar a fazer falta, ofereceram-me uma mensagem corporal no meu aniversário. Há 3 meses atrás.

Geralmente tenho mais que fazer do que enfiar-me em Spas (talvez não seja preciso dizer), mas fico tremendamente agradecida.

Já estou aqui sentadinha a ouvir música com pássaros a chilrear e água a correr, à espera que chegue a minha vez. 

Caso não voltem a ouvir de mim, é porque morri ali dentro, está bem? 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Upgrades domésticos #1

Comprámos finalmente um parque cá para casa. Alé-fucking-luia!

Acabaram-se as tentativas de roer tudo o que são cabos de electricidade,  de comer as franjas dos tapetes e de me dar cabo de todos os objectos de decoração de que eu tanto gosto quando viro costas, meu menino.

Na verdade, parte-me o coração ver-te aí dentro...

Ir à casa-de-banho sem medo que consigas chegar onde não deves naquele espaço de tempo tão curto, é altamente.


Pela saúdinha dos meus sentidos #13

E pela vossa também, deixo-vos um dos meus blogues preferidos: o Musiquim.


Sou apaixonada pelo projecto, pelo cuidado nas escolhas, e pelo carinho que os artistas demonstram em participar. Tenho alguns favoritos, mas por hoje deixo-vos o site, para poderem explorar à vontade.

É do caraças!

Ora cliquem lá aqui, e vejam se eu não tenho razão. 

Começo do dia regado a chocolate.

Hoje passei a noite a sonhar com chocolate. Era chocolate aos molhos. Cupcakes, pop-cakes, chocolate líquido e de barrar. Acordei duas vezes, e de cada vez que voltei a adormecer, voltei a sonhar com o mesmo.

Deve ser do tempo, que me obriga a sair de casa poucas vezes, e também do facto de estar já na fase final da minha licença de maternidade (estou há 8 meses em casa...). A falta de coisas para me entreter, para além das tarefas domésticas relacionadas com "manutenção do espaço" (gosto de lhe chamar assim, que soa mais profissional) e com a "manutenção do puto" (também gosto de lhe chamar assim, embora soe a tudo menos profissional), andam a dar-me cabo dos níveis de endorfinas. Para além disso, ando há uma semana sem conseguir fazer nenhum tipo de exercício físico. 

Isto tem que acabar...

Enquanto me mentalizava que não me ia levantar para satisfazer os meus desejos e atacar as tabletes de chocolate que moram no armário da cozinha, comecei a planear uma fuga. Liguei o tablet, e lá arranjei uma receita de um "mug-cake" saudável(porque a parte em que eu fico redonda é dispensável), para preparar no micro-ondas.

Mal acordei, tratei do assunto e...lambuzei-me, pois claro. 
Foi assim o meu início de Terça-feira. Espero que o vosso dia tenha começado tão doce como o meu (e guilty-free/ser gaja é uma merda às vezes).

M.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Pela saúdinha dos meus sentidos #12

Era um destes, se faz favor!



Cheesecake. Todos. Os. dias. Se as minhas ancas não fossem uns buracos negros, que sugam tudo o que por aqui passa.


Bom dia!!

M

Sobre amor, carreira e maternidade. (É só para afastar todas as pessoas que não queiram ler coisas sérias)

A minha relação com o amor mudou. Digo-o com toda a calma e serenidade, que felizmente me enchem a alma nos dias que correm. Não fiz escolhas muito felizes no passado. Não vivi histórias de amor inesquecíveis. Fiz promessas que sabia que não ia cumprir, infelizmente. E não as cumpri, felizmente. Pois tudo isso me levou até onde me encontro agora. Encontrei-o num amigo, no meio de uma paixão, e agora alimento-o debaixo do mesmo tecto em que quero ver o meu filho crescer. Podia ter sido antes, e podia ter sido muito depois também. Estou grata por ter sido no momento em que foi.



Quando descobri que estava grávida, prometi a mim mesma que a vida em que vivo ia passar a ser melhor. Que todos os dias iriam contar para que me sentisse mais realizada, para além do trabalho e das conquistas profissionais. Prometi ao meu filho, quando achei que ele já me percebia, que nunca mais trataria os meus dias da mesma forma.  Os meus dias eram preenchidos por tudo aquilo que ainda me faltava fazer. O que faltava fazer naquele dia, semana, mês...nesta vida. Vivi anos a contar tarefas, apresentações, artigos e candidaturas no meio de calendários e agendas, espalhadas um pouco por toda a parte. Grande parvoíce. 




Ser mãe torna-nos maricas, medricas, lamechas, introspectivas, sensíveis, doridas, mais humanas, amigas, fortes, guerreiras, e todos os adjectivos mais que apontem para a contraditoriedade. Só para avisar que tudo isto nos torna melhores.



Continuam a habitar em mim muitas ambições profissionais. Mas que são postas em perspectiva assim que nascem cá dentro. Não existe nada que me faça mais feliz do que amar e ser mãe.




Fim (do post que acabou de afugentar toda a blogosfera de vez).


Os meus fins-de-semana

Estejam descansadinhas/os e parem de achar que o meu regresso ao blogue foi sol de pouca dura e que dois ou três dias depois já me estou a borrifar para isto outra vez. Nada disso!

É que desde que as minhas semanas passaram a ter biberões, papinhas, cocós e xixis incluídas, os meus fins-de-semana passaram a ter hora para lavandaria, limpezas, idas às compras e afins. É assim. Isto é chegar a domingo à noite a achar que me caiu um cometa em cima.


E nem vamos falar das sessões de Skype intermináveis com as famílias, nas quais entre "Cutxi-cutxi", "Pati-pati", "Brrum-brrum" para a frente e para trás, também têm que haver demonstrações de tudo aquilo que o miúdo aprendeu no espaço de 7 dias. Chegamos ao fim de cada uma, olhámos um para o outro (eu para o homem e o homem para mim) e telepaticamente dizemos "Sobrevivemos a mais uma". Podia ser pior, mas também podia ser um bocadinho mais fácil.


No meio disto tudo, ainda arranjamos tempo para ver um filme, escolher algumas coisas que ainda faltam comprar aqui para casa e para trabalhar um bocadinho. Se os pais deste Mundo não são super-heróis, não sei quem seja.


Espero que desse lado (acho que isto ainda está na fase em que só se ouve gri-gri desse lado), o fim-de-semana vos tenha servido para recuperar energias para mais uma semana de trabalho!


Boa semana!!

M.






domingo, 16 de novembro de 2014

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Querida H&M...

Já temos vindo a falar (assim uma com a outra) sobre a nossa relação. Tudo começou comigo a detestar-te porque de ano para ano era só monos e roupa que só assentava bem à minha querida avó. Depois, começaram as coleções tcharan! e mais não sei o quê, e que de ano para ano ficaram cada vez melhores. Foi aqui que a desgraceira começou. Eu tento fazer as minhas compras longe de ti. Mas quando me aproximo e olho com atenção, há sempre não sei quantos básicos-chave e mais um casaquinho tcharan! da colecção nova que tem que vir morar cá para casa.
Começam a faltar-me desculpas, H&M Suzana! Começam, começam. 
Já não há nenhum "estava um bocadinho mal de roupa", "estava a precisar de uma coisa assim quentinha" ou um "estava em saldos" que me safem. O homem vem ter comigo à porta, beija-me, olha-me para as mãos e diz "Então? Conta lá o que é que estava a fazer tanta falta  desta vez...". Menina má! 

Escurinho


Bonito, não é? (São 16:12h)...

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Sobre este blogue

Acho que deu para reparar que me ausentei por uns tempos aqui da blogosfera. Não foi desleixo (ao contrário do que aconteceu algumas vezes enquanto publicava activamente), foi mesmo uma escolha. Durante estes quase 15 meses sem escrever, algumas coisas mudaram a minha vida, e portanto foi a altura ideal para deixar aquilo que me inquietava, bem como a necessidade de contar coisas a pessoas que não conheço (e que me fazia tão bem!) de lado, e para me focar a 100% na minha vida e nas coisas que quero para ela. 

Lembram-se da antiga descrição do blogue?

"Um blogue escrito por uma tipa que é apaixonada por blogues, mas que também é apaixonada por livros, por música, por ciência, por pessoas (algumas), por viagens e lugares. Esta tipa é portuguesa, mas à conta de uma das suas paixões, vive no estrangeiro."

Continuo a gostar bastante de todas as coisas acima descritas, mas a minha paixão foca-se agora noutras coisas. Por estas novas coisas sou apaixonada. Pelas outras, nutro o gosto e alguma dedicação (quando possível). Se calhar isso faz de mim uma pessoa aborrecida (e por conseguinte, ao blogue também), mas estou-me a borrifar para isso. 


Coisas que vos posso contar:


- Fui mãe.

- Ser mãe é do caraças. Se me dissessem (e disseram) que era tão bom há uns anos atrás, eu não acreditava (e não acreditei).
- Não, este não vai ser mais um baby blogue. Mas é possível que de vez em quando surjam umas quantas fofices à conta disso.
- Continuo a valorizar a minha carreira e a ter ambições em relação a ela. Mas de certa forma, e talvez ao contrário do que imaginei quando pensava em ter filhos, sinto uma tranquilidade em relação a ela que nunca senti. Sobre isto escreverei depois.
- Estão uns dias medonhos por estes lados (o Verão foi uma merda e isto não se faz!).
- O vermelho continua a ser a minha cor preferida.
- Dava tudo por um bacalhau-à-bras. 

E era só isto. 

Mesmo que não esteja...

...quando estiver, não se assustem com a cara nova do blogue.
(Mas qual blogue?) Este mesmo.

Está aí alguém?