quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Eu vivo com uma pessoa doente

Há três dias que o homem acha que vai morrer. Tudo começou com uma dor na barriga, do lado esquerdo. A minha primeira reacção quando ele me disse o que sentia foi: "Oh! Isso são gases, não stresses". Entretanto a dor não passou, e ele começou a ficar cada vez mais preocupado. Mas tipo, paranoicamente preocupado. Devorou sites sobre o assunto (que é só aquilo que nunca se deve fazer), começou a falar em dinheiro, e no que poderia acontecer comigo e com o miúdo caso ele morresse. Tirou três dias de baixa para estar em casa a pensar no assunto (não foi para mais nada, porque a dor que ele sentia era apenas um leve incómodo). Abraçou-me mais vezes nestes três dias do que numa semana inteira, e disse-me muitas vezes que eu era uma super mãe, que gostava muito de mim e do nosso filho, que tinha orgulho em mim e no que temos. Teve pelo menos três episódios de pânico, em que um "Eu sou tão novo, porquê eu??" lhe saiu em tom de desespero, enquanto lavava a loiça do jantar.



Os homens são tão maricas.






Entretanto já foi ao médico, já tratou de fazer análises e está agora à espera dos resultados. Está também a antibiótico, para tratar a suposta infecção que lhe causa dor abdominal. Está com um certo orgulho que eu não percebo muito bem, no facto de ter acertado no diagnóstico. Na verdade não era difícil. Ele descobriu na net quase tudo o que era possível ter na região abdominal causado por aquele tipo de dor. Parabéns.


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