quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Olá, Endorfinas!

Ontem consegui finalmente mexer o rabo, para além das idas ao parque com o miúdo ou das idas ao supermercado. Equipei-me e saí de casa a achar que não ia conseguir fazer nada de jeito, e acabei por conseguir correr 7 kms e ainda fazer algum exercício antes e depois. Não sendo espectacular, é bom para quem estava há uma semana praticamente parada e voltou a estar verdadeiramente activa há pouco mais de um mês.

Para quem chegou ao blogue recentemente, eu vou-vos fazer um breve resumo de como é que esta tipa lida com a actividade física, seja ela de que tipo for. Eu sei que as cenas fitness, crossfit e o camandro andam a invadir Portugal. Ainda bem. Antes isso do que um vício mau qualquer. Mas não é por isso que o estou a referir aqui. 

Primeiro, eu não sou fanática por desporto, nem nunca fui. Faço o que posso, quando posso, sempre que posso. E apenas por uma razao: porque me faz sentir super bem. Equilibram-se os níveis de Endorfinas no corpo, e consequentemente acabam-se os "cravings", ou desejos se preferirem (coisa que me atormentou durante grande parte da minha vida e me fez andar constantemente às turras com a balança). Para além disso, as dores musculares e cervicais que derivam de uma postura incorrecta mantida no trabalho vão à vidinha delas, bem como a má disposição que o mau tempo possa causar e o stress. 

Quando vivia em Portugal não ligava muito a estas coisas. Tinha noção de que me fazia muito bem estar ao ar livre e ter tempo só para mim. Fazia muitas caminhadas terapêticas (nos meus tempos de faculdade, tive o Mondego como conselheiro), mas era mesmo só isso. Não dava para muito mais porque na altura também fumava. Nunca levei a coisa muito a sério e vivia num stress que não tinha fim. 

Quando me mudei para a Suécia, abriu-se todo um novo Mundo à minha frente. 

Para começar, é rara a pessoa que vá para o trabalho de carro. Usa-se a bicicleta para isso, e para quase tudo o resto. E não, o mau tempo não é desculpa para apanhar o autocarro ou ir de boleia para o trabalho. Com temperaturas negativas, há sempre bicicletas nas ruas. Só quando há um nevão inesperado, ou não houve tempo para preparar o piso das estradas para as bikes, se deixam as ditas cujas em casa porque, aí sim, é muito perigoso. 


Depois, é toda uma cidade que a partir das 17h, quando regressa a casa do trabalho, volta a sair de casa para correr. Entre mães que se revezam com os maridos para ficar com os putos em casa enquanto elas (e eles) correm, a casais que simplesmente preferem trazê-los nos carrinhos (é a forma mais eficaz que conheço de os por a dormir em menos de nada) e correm juntos, adolescentes que correm em grupo, pessoas que eu acho que para alguém que se parece com um dos meus avós, se mexem mais do que eu. Antes das corridas, fiquei fascinada com os ginásios, que ao contrário do que acontece em Portugal, não são um luxo (um mês de ginásio em Portugal dá para pagar mais de 5 meses de ginásio aqui). Depois, quando achei que já tinha experimentado de tudo lá dentro e me faltaram desafios, dei corda às sapatilhas e comecei a correr. Depois de umas 3 semanas a achar que aquilo não era para mim, que não tinha resistência nenhuma e que nunca ia conseguir muito mais do que aquilo, comecei a fazer progressos a olhos vistos. Tive direito a algumas lesões durante o processo, por parvoíce preguiça de fazer um aquecimento adequado. Mas para além disso, as corridas só me trouxeram benefícios. 


Depois de uma gravidez em que não quis saber da balança para nada e em que mergulhei numa piscina de hormonas que me fizeram devorar o equivalente a meia Alemanha em chocolates (e ganhar 26 kgs de pura felicidade), e durante a qual a minha actividade física reduziu bastante (só andava de bicicleta, o que fiz até aos 7 meses de gestação, e caminhava), sabe muito bem voltar a estar activa. 

No mesmo dia em que tive luz verde do médico para voltar a correr (há aproximadamente um mês), voltei a dar corda às sapatilhas e é maravilhosa a sensação. 


Olá novamente, Endorfinas!! =)

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